Everton Silva

Everton Silva - Nias - Foto: Paul

De Lakey Peak, retornamos para Bali para aguardar o próximo swell e decidirmos para onde ir. Foi aí que veio uma grande surpresa para nós. O nosso chefe, o Tiago Vasconcellos, nos mandou a mensagem: "Vocês vão pras Mentawai!"

No ano passado a gente havia ido pra lá, mas infelizmente, não pegamos nenhum swell consistente e, dessa vez, os mapas de ondulação eram bem mais consistentes e estávamos diante do maior swell até então.

Mais uma vez retornamos ao Playgrounds Surf Resort, no norte das ilhas Mentawai. No primeiro dia, as ondas estavam pequenas e fomos surfar uma onda que a gente não tinha surfado ainda, Burger World, uma direita cheia, boa para rasgadas e batidas, pra se soltar. Depois o mar começou a subir e pudemos ver o verdadeiro potencial das Mentawai em ondas como A-frames, Rifles, No Kandui, Bankvaults e o secret que a gente sempre surfa quando vai pra lá.

O maior mar foi em Bankvaults, onde os atletas Philippe Chagas, Tales Araujo e Wesley Leite tiveram os seus limites colocados à prova, em ondas de 10 pés sólidos. Chagas estourou 2 vezes o leash e teve que buscar a prancha na praia, tendo que atravessar toda a bancada de corais, o que acabou limitando a sua queda. Tales quebrou a prancha ao levar uma série na cabeça e Wesley Leite realizou drops insanos, mas estava com uma prancha pequena para as condições.

O mar mais perfeito foi em Rifles, com ondas de 6 pés e algumas séries esporádicas de 8 pés, onde os atletas puderam treinar a técnica de backside em um tubo muito longo, que percorre sobre uma bancada de corais rasa e afiada. Weslley Dantas e o técnico Pedro Robalinho ainda estavam com a gente na primeira caída nesse pico, mas perderam o segundo swell que pegamos lá, já que tiveram que retornar antecipadamente, pois o Weslley perdeu o seu passaporte e eles teriam que fazer a correria no consulado.

Outra sessão que merece destaque foi em No Kandui, em ondas de 6 pés clássicos. Chegamos um pouco tarde, pois foi nesse dia que rolou a sessão em Bankvaults pela manhã. Todos pegaram bons tubos nessa esquerda, que é uma das mais cobiçadas da Indonésia. Foram 7 dias de muito surf nas Mentawai, que é um lugar muito difícil de captar imagem, mas conseguimos registrar bastante coisa.

Das Mentawai, aconselhados pelos nossos guias Samia Carolina e Marco Antonio, partimos pra Nias, que fica próximo, na ilha de Sumatra. O mar estaria pequeno por alguns dias, mas lá sempre rola um surf, já que é um pico bem constante.

Depois de alguns dias de treino em marolas perfeitas de 2 a 3 pés, o mar começou a subir e pudemos ver o potencial dessa direita, que pra mim foi a melhor onda que surfamos em toda a trip!

Pegamos 2 swells consistentes, com ondas de 8 pés e séries esporádicas que chegavam aos 10 pés. Foi um treino e tanto para os atletas, que colocaram o backside em dia, com tubos e manobras insanas. Permanecemos em Nias durante 18 dias, e essa parte marcou a trip com os melhores tubos surfados, bem como, com as melhores imagens coletadas. Os atletas tiveram muita atitude e ganharam o respeito de todos no pico.

Depois de Nias, retornamos para Bali, onde passamos a nossa ultima semana, já sem dinheiro para realizar outras barcas, mas de cabeça feita por tudo o que havíamos surfado. Pra finalizar com chave de ouro, ainda pegamos boas ondas nos picos clássicos de Uluwatu, Padang Padang e Impossibles.

Essa foi com certeza a trip das nossas vidas pois a unica missão do Projeto Vida Surfe era surfar as melhores ondas e evoluir. De quebra, ainda fizemos altas imagens que estão sendo editadas para um vídeo que estará em breve nos melhores sites de surf do mundo!

Gostaria de agradecer ao Projeto Vida Surfe, em nome do Tiago Vasconcellos, que proporcionou essa experiência que marcou nossas vidas! Obrigado também ao Marcelo Palma, fundador desse projeto, aos apoiadores Star Point, Wet Works, Bully's, G-shock Brasil, Kinetik Racing, Billabong Brasil.

Obrigado também aos meus apoiadores Terral Surf Brasil, Brochi Surf, Xflex Surfboards, Surface Fábrica e JS industries.